09/08/2008

Fragmentos de pensamentos pós - filme

Fragmento 1: Que mundo mais limpinho... Ah, são os óculos. Preciso trocar.

Fragmento 2: Que mundo mais limpinho... Vou tirar meus óculos.

Fragmento 3:
Quando estou triste
Quando estou confuso
Quando estou perdido
Quando estou pensativo
Quando estou devaneando
É quando estou mais bonito aos olhos dos outros
N U N C A - A O S - M E U S

Fragmento 4:
Eu: Gostei muito do filme. Mesmo! Mas, prá variar, tornou-se um dos filmes que me deixa triste e que por mais que eu busque uma razão, não a encontro. Me sinto muitos e ao mesmo tempo ninguém. Por que será? Por que eu sou tão cheio e também tão vazio? Por que tudo é tão barulhento e tão silencioso?
Peixecibernéticom: Porque vc é humano e porque a vida é contradição e polifonia...
Eu: Talvez seja isso mesmo. Talvez se resuma em: Porque eu sou humano e porque tenho vida. Precisamos bater um papo. Te ligo depois. Beijos.

Polaca

Pálida. Quem a via dizia que ela era uma moça muito pálida. Diziam que ela falava pouco também. Aparência de doente, no entanto, o sorriso que sempre carregava e a disposição que mostrava ter sobrepunha sua aparência de doente. Diziam também, que era bonita. Particularmente, nas vezes em que a vi caminhando pela Praça da República, à noite, achei-a bonita sim, mas um tanto vulgar. Sua pele branca, seu corpo miúdo, seus cabelos pretos até os ombros, seus olhos levemente arredondados, enfim, toda ela não combinava com suas roupas curtas até demais para essas noites de inverno em São Paulo. Geralmente, circulava de mini saia e top. Eu, realmente, nunca senti vontade de conversar com ela, mas não podia negar que era um ser um tanto quanto curioso.

Velho. Quem o via dizia que era um bom homem, respeitável, com uma família perfeita. Um exemplo de marido e de pai. Rico, todos sabiam que era muito rico, apesar de que não falava de sua fortuna. Quem o conhecia afirmava que este homem não era tão bom assim. Dias atrás, ouvi um vizinho falar que este velho costumava sair com as putas que encontrava no clube Love Story, próximo a Praça da República.

Não sei, e pelo que percebi, ninguém sabe até então o que aconteceu de verdade duas noites atrás. Sei que não vi mais a garota pálida circulando pelas praças mais. O que sabemos é que o velho rico encontrou-se com a garota.

Dona Maria, do apartamento em frente ao meu, contou-me detalhadamente o que ouviu de um homem que afirma ser uma "fonte confiável". Dona Maria sempre tem notícias de "fontes confiáveis", e que invariavelmente, são confirmadas tempos depois. A fofoqueira assim falou:

"Mas você não vai acreditar. A verdade eu tenho aqui, e de fontes confiáveis. Estou lhe contanto pois sei que não dirá prá ninguém o que vou relatar. Boquinha de siri, hein?
O velho rico foi visto conversando com aquela polaca esquisita e indecente. Depois, o velho ao invés de seguir para o aquela boate que dizem que ele frequenta - porque eu nunca vi ele entrando lá, mas minha "fonte confiável" diz que este velho sempre vai lá - ele seguiu para os lados do Largo do Arouche com a moça e entraram em um hotel fuleiro. Parece que a dona do hotel é uma das cafetinas da região, e que ela mesma ficou impressionada com a situação.
O velho e a moça entraram num elevador, e logo atrás deles entrou um homem, que dizem ser garoto de programa, mas eu não o conheço, por isso não posso dizer. O que sei, é que este rapaz contou prá dona do hotel, que contou prá minha fonte confiável, e que me contou que a polaca estava um tanto nervosa, e que o velho, não se importando com a presença dele no elevador, olhava para a polaca enquanto passava a língua pelos lábios murchos. Desceram no sétimo andar, e o garoto de programa continuou no elevador e não viu mais nada.
Esta "fonte confiável" me contou que naquele hotel, antro de perdição, a polaca e o velho entraram num dos quartos. A moça fez o que foi paga prá fazer, e depois disso ninguém a viu mais. Tudo o que sei, é que ela recebeu adiantado pelo serviço, e que ela teria que fazer o combinado de qualquer maneira."

Dona Maria, entusiasmada com todo seu relato, olhou prá mim e terminou assim:

"Boquinha de siri, hein? Não conte prá ninguém!"

Sinceramente, não sei o que de tão especial teria no relato de Dona Maria.

Ainda não sei o que aconteceu com a garota... Nem com o velho rico. Nenhum dos dois foram vistos mais. O que sei é que o hotel foi interditado, e que houve um entra e sai de policiais no local ontem a noite.

Enfim, quem sabe amanhã eu fico sabendo...

A simulação real do universo imaginário e presente

  Era um poeta dos sonhos e um pintor das reflexões mais profundas. Sua mente transbordava de ideias surreais, mergulhadas em um mar de dúvi...