Quem via sua cabeça erguida, seus olhos espertos, sua sobrancelha espremida, a testa franzida e seu peito cheio de ar, não imaginava que tudo era cartaz!
A coroa pendendo para a lateral, mas firme e bem repousada sobre sua cabeça.
Quem não queria ter a mesma postura? Sem contar a altivez de quem pode voar e ver o mundo lá do alto, lá de cima, numa imensidão azul e tranquila.
O voo solitário não é privilégio.
O olhar lá de cima não é privilégio.
A imensidão azul não é privilégio.
Privilégio é compreender o que se passa com a alma do ser.
É ter empatia e perceber que aquela olhos negros eram espertos para compreender o que acontece lá embaixo, com as pessoas com seus pés no chão e cabeças nas nuvens, mas não espertos o bastante para esconder uma lágrima de dor.
Olhos de insônia.
Texto: Diego Lana
Arte: Daniela Nunes