27/08/2022

Brevidade que intoxica.

 Por eleição na qual somente ele votou, optou por alterar seu estado de consciência. Não achou uma boa ideia seguir com agulhas, preferiu inalar as incertezas em carreiras, fumar certezas precipitadas, tomar comprimidos de alegrias momentâneas e sem motivos, e beber da aguardente do esquecimento. 

As drogas eram a razão para continuar vivo. Drogas tão legais que o mantinham com a capacidade de se lembrar de respirar. Como um peixes num aquário, limitado pelo vídeo invisível, interrompendo sua ida, vinda de onde nunca foi, seu fluxo, seu destino ceifado com a foice do escuridão. 

Mais um trago de consciência equivale a diminuição da capacidade inútil de confiar numa divindade que sabe seu destino, e que o pune por não o seguir, mesmo que seja a pessoa mais benevolente não segui-lo significa ofensa grave a vosso senhor. 

Prefiro meu corpo nu, meus pelos cruzados e meu suor sagrado. Meu corpo é só meu, e o que sinto é problema meu. Nem que calce meus sapatos você saberá a zona que se instala dentro da minha mente. 

A minha mente sempre mente. Confie é o fim da sua vida será breve. 

Tão breve quanto fumaça branca dissipando no ar. 

Breve. 

Muito breve. 

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