Estava decidido que eu iria ajudar a humanidade, a natureza e o planeta de uma vez só, adotando um cachorro.
Não poderia ser de raça e muito menos comprado de um canil. Não mesmo.
Encontrei: perfeito.
“Ei, tá locão hein tio? Tira a mão do meu cachorro”
Feliz com meu novo cão adotado, seria a hora de devolver para a natureza o que sempre foi dela.
Cortei em 4 partes iguais. Se bem que as superiores eram meio desengonçadas e as inferiores um pouco tortas… para a esquerda… enfim. Corte lá em 4 partes “iguais” (o que não faz o menor sentido, não ficaram iguais). Mas eram 4 partes de toda forma. Qual norma explica o significado de iguais no subjetivo de cada um?
Com um quarto fatiei em filés. Suculentos, embora nem tanto, deixei marinando no próprio líquido. O sal ajuda.
Com outros 2 quartos eu moí. Moí quatro vezes para ficar bem mais para um pastoso do que moído. Com as próprias tripas fiz linguiças.
Com o quarto restante piquei em cubinhos e flambei.
Afinal, não pensei no acompanhamento… hmmm, ração de salmão e hibisco. Perfeito. Com salsinha por cima.
A melhor forma de salvar um cão é assim, olha:
“Vem garoto, vem cá. Olha o que o papai trouxe pra você!!!”
E serve um delicioso banquete de ex-dono ao seu próprio cão.
Moral da história: não há moral na Colônia Portuguesa de Terras Brasilis. O que são vidas aqui, não é mesmo? Quase 500 mil.
O que é vida, meu irmão?