28/07/2011

Des-Re-Encontro

O passado começou a pipocar na sua frente. Um pedacinho do passado aqui, outro pedacinho ali, e mais outro logo mais a frente. Se abaixou para juntar esses pedacinhos, mas as dores da idade não permitiram que alcançasse. Pegou uma vassoura, e junto todos esses pedacinhos de passado. Com a ajuda de uma pá, colocou tudo em cima da pia velha e enferrujada do banheiro.
Começou a lavar todos esses pedaços na tentativa de tornar o futuro algo mais feliz e aceitável. Mas o passado não pode ser mudado. Nem o seu, e nem de todos que passaram pela sua vida.
A vida é feita de reencontros, que mais parecem desencontros daquilo que almejou para o futuro.

07/07/2011

De repente: Triste!

Não abriu as janelas da casa prá não ver o clima lá fora. Pouco se importava se estava sol ou se chovia. Aliás, ultimamente, pouco se importava com qualquer coisa.
Sentia-se cansado pelas noites insones, mas não iria se deitar. Qual o propósito de se rolar de um lado pro outro da cama se não vai dormir mesmo? Por um momento riu e pensou: Estou virando um zumbi. O riso foi momentâneo, pois o peso da vida caiu em sua cabeça.
Não pensava em comer nada. O estômago doía e sua boca amargava, mas não pensava em comer absolutamente nada. Abriu os armários, pegou um pedaço de queijo embolorado e enfiou goela abaixo. Isso bastaria.
Desligou o telefone, as tomadas, tirou os quadros da parede, o sorriso do rosto, as roupas... a alegria, a vontade, e o prazer. Desligou tudo.
Sentia-se incapaz de viver, e agarrou-se na única certeza que tinha: A capacidade... de morrer.

A simulação real do universo imaginário e presente

  Era um poeta dos sonhos e um pintor das reflexões mais profundas. Sua mente transbordava de ideias surreais, mergulhadas em um mar de dúvi...