20/08/2022

(Ab)sinto

 Numa overdose criativa, encheu mais uma taça de ideias organizaras em camadas de importância, mas que eram engolidas num só grande gole. Sem piedade, devorou três tabletes de puro fluxo contínuo de pensamentos doces e enjoativos. 

Para o enjoo, caneta e papel. Para a overdose, soro da verdade e sinceridade. Para o leitor, palavras desconexas da realidade para de encerrarem na beleza de serem palavras carregadas de sentido. Sem sentido, reduze-se a palavra a ela mesma, esvaziada de significado, de importância, de existência. 

Morreu um poeta, morreu mais um, morreu outro poeta, é só mais um. Quem dá a importância que a fada verde tem, suave na garganta, aquecendo o estômago, embaralhando pensamentos e distorcendo a realidade. 

Absinto no fim, não se se sinto ou se acredito no infinito da imaginação como se deve imaginar. Se meu caminho é a morte em devaneio, ao sufocamento no próprio vômito de vontades reprimidas e espremidas. 

O que ele queria era pintar um quadro de realidade, distorcida pela utopia da evolução, da revolução da preguiça por detrás do vidro da enfermaria. Dos vidros dos carros, dos vidros das telas das tv’s, das telas dos computadores e celulares. 

Afogou-se no fermentado das ideias rejeitadas, azedas de desprezo e corroídas de emoções. Acredite no poeta quando o absinto é tudo o que sinto. 

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