29/10/2022

Ciclo eterno da repetição

https://drive.google.com/uc?export=view&id=1keKGW-VU0xP2hUJEGi9XCEOxmwNoow8e
Num ciclo eterno do que pode vir a ser, o que é e o que foi, me perco nas opções irresistíveis, infalíveis e, ao mesmo tempo inexistentes. Como posso tanto querer abrir uma das portas de tomada de decisão dentre tantas outras portas?
O fato é que cada porta leva a uma sala etérea, branca, reunindo todas as outras possibilidades descartadas de forma que estivessem sentadas em cadeiras dispostas em semicírculos somente para observar minha cara de espanto ao ver todas elas lá me julgando por não tê-las escolhido  
E mesmo que eu quisesse tomar outra decisão e ir para outra possibilidade, nenhuma delas é a mesma de antes, pois já haviam sido modificadas pela minha escolha - ou não escolha - remexidas no caldeirão das posibilidades descartadas. 
Me tornei escravo das minhas invenções que limitam meu livre arbítrio. Por outro lado, também me torno livre das invenções não inventadas, das possibilidades impossíveis, da eterna contradição de ser livre para tudo, menos para deixar de ser livre, e nisso me aprisiono na minha própria lembrança perturbada constantemente pelas vozes da minha cabeça que me contam a minha própria história como uma obra ficcional de dor, sofrimento, arrependimento e ausência de fôlego  
Não quero me demorar nesta vida além do bastante para que minha partida seja a solução, mas nunca a fuga. Para as salas com escolhas descartadas que me julgam constantemente: a vocês eu dedico a finitude do ser, do querer e do viver. 

Nenhum comentário:

A simulação real do universo imaginário e presente

  Era um poeta dos sonhos e um pintor das reflexões mais profundas. Sua mente transbordava de ideias surreais, mergulhadas em um mar de dúvi...