A vida é um delírio coletivo
Delírios transformados em palavras
19/06/2023
A simulação real do universo imaginário e presente
19/02/2023
Bafo de purpurina carnavalesca
Parece que um caminhão passou por cima de mim. Vomitei tanta purpurina, que devo ter engolido todas as almas do carnaval. Mas não é só de almas que eu vivo.
Melhor fazer um café para curar essa ressaca cintilante, ofuscante e hipnótica. Como pode caber tanto caco de vidro brilhante nesse estômago?
Corte o suficiente para dar vazão ao sangue, ao líquido viscoso vermelho e roxo. Aqui dentro circula meu sangue e de mais mil almas.
E se eu canto, é porque me deste voz. E pra ti eu canto a festa do carnaval
29/10/2022
Ciclo eterno da repetição
23/10/2022
40 anos?
Esse é o Soju. Quando algo que lhe parece estranho acontece, ele se esconde tão bem escondido, que já chegamos a achar que ele tinha fugido. Pois eu o entendo!
Entre ontem e hoje eu fui do céu ao inferno e voltei. Alguns acontecimentos na minha vida me fizeram abrir os olhos para uma nova possibilidade, ou para perceber que a possibilidade sempre esteve na minha frente, e eu, afundado numa rotina alucinante que me consumia numa velocidade altíssima feito fogo em folhas secas, estava me perdendo de mim mesmo.
Ou simplesmente posso dizer que o clichê de “a vida começa aos 40” na verdade é uma frase mal interpretada por mim mesmo antes de finalmente chegar nos 40.
O que quer dizer que a vida começa aos 40? Eu não diria que o que acontecia antes era ruim. Pelo contrário, tudo que me ocorreu me possibilitou estar preparado para os 40! Para meus últimos 40 anos, talvez…
Dê o nome que quiser: recomeço, ressignificação, renascimento ou reinício. Eu prefiro chamar de redescobrimento, releitura, reinterpretação ou, simplesmente, de maturidade. Será?
Entre ontem e hoje eu vivi a angústia e senti a respiração da finitude na minha nuca, a mesma que também sussurrava que de agora em diante é a caminhada para o fim. O início da contagem regressiva para o fim iminente da finitude eminente.
Sabia que iminente e eminente são parônimos? Mas isso não vem ao caso.
A eminente finitude iminente existe e se materializou para mim num quarto de hospital. Ela dizia coisas horríveis, que me fizeram sentir o cheiro do coração que para, o cheiro do cérebro que desliga, o cheiro da pele que esfria, o cheiro dos músculos que enrijecem, e o cheiro do sangue apodrecido. Esse cheiro nunca há de sair do meu nariz. Junto com ele o cheiro da conformidade com a finitude de tudo que nasce e que um dia morre, que um dia apodrece, e que nutre a terra com vermes satisfeitos por consumirem o resto do resto do resto da vida.
Dizem que morrer e continuar vivendo é a pior morte. Eu digo que ter certeza de que vale a pena viver e a certeza igual de que não vale a pena é o maior paradoxo da existência.
Já dei valores inestimáveis ao que nunca de fato teve valor algum. Mas com 40 anos as coisas mudam, e dar ou não dar valor a isso ou aquilo se torna uma arbitrariedade ridícula, vazia e guiada pela conformidade que nunca foi minha, mas inserida pelos outros.
E de repente, depois de ter despencado do céu, ido até o inferno, conhecido a mesquinhez e estupidez humana, ter reconhecido o tempo desperdiçado com invenções humanas que se aperfeiçoam para me escravizar, eu quebro as algemas que me colocaram ao nascer, declaro minha independência e digo: aqui jaz 39 anos de tempo perdido - ainda mais sabendo que o tempo é só mais uma invenção inescrupulosa para ditar as regras da morte - e declaro o reconhecimento de que eu sou tudo aquilo que não pude ser até horas atrás, e que isso não tem volta.
É, Soju. As vezes eu só queria fazer igual você e entrar em algum canto qualquer, numa caverna talvez, e ignorar Platão.
27/08/2022
Brevidade que intoxica.
Por eleição na qual somente ele votou, optou por alterar seu estado de consciência. Não achou uma boa ideia seguir com agulhas, preferiu inalar as incertezas em carreiras, fumar certezas precipitadas, tomar comprimidos de alegrias momentâneas e sem motivos, e beber da aguardente do esquecimento.
As drogas eram a razão para continuar vivo. Drogas tão legais que o mantinham com a capacidade de se lembrar de respirar. Como um peixes num aquário, limitado pelo vídeo invisível, interrompendo sua ida, vinda de onde nunca foi, seu fluxo, seu destino ceifado com a foice do escuridão.
Mais um trago de consciência equivale a diminuição da capacidade inútil de confiar numa divindade que sabe seu destino, e que o pune por não o seguir, mesmo que seja a pessoa mais benevolente não segui-lo significa ofensa grave a vosso senhor.
Prefiro meu corpo nu, meus pelos cruzados e meu suor sagrado. Meu corpo é só meu, e o que sinto é problema meu. Nem que calce meus sapatos você saberá a zona que se instala dentro da minha mente.
A minha mente sempre mente. Confie é o fim da sua vida será breve.
Tão breve quanto fumaça branca dissipando no ar.
Breve.
Muito breve.
20/08/2022
(Ab)sinto
Numa overdose criativa, encheu mais uma taça de ideias organizaras em camadas de importância, mas que eram engolidas num só grande gole. Sem piedade, devorou três tabletes de puro fluxo contínuo de pensamentos doces e enjoativos.
Para o enjoo, caneta e papel. Para a overdose, soro da verdade e sinceridade. Para o leitor, palavras desconexas da realidade para de encerrarem na beleza de serem palavras carregadas de sentido. Sem sentido, reduze-se a palavra a ela mesma, esvaziada de significado, de importância, de existência.
Morreu um poeta, morreu mais um, morreu outro poeta, é só mais um. Quem dá a importância que a fada verde tem, suave na garganta, aquecendo o estômago, embaralhando pensamentos e distorcendo a realidade.
Absinto no fim, não se se sinto ou se acredito no infinito da imaginação como se deve imaginar. Se meu caminho é a morte em devaneio, ao sufocamento no próprio vômito de vontades reprimidas e espremidas.
O que ele queria era pintar um quadro de realidade, distorcida pela utopia da evolução, da revolução da preguiça por detrás do vidro da enfermaria. Dos vidros dos carros, dos vidros das telas das tv’s, das telas dos computadores e celulares.
Afogou-se no fermentado das ideias rejeitadas, azedas de desprezo e corroídas de emoções. Acredite no poeta quando o absinto é tudo o que sinto.
Soluço da vida
Pelo canto da boca escorriam as palavras não ditas, as frases não terminadas, e os textos apagados. Tudo o que engoliu durante anos, de fato haviam parado na garganta, num amontoado emaranhado de significados puros distorcidos pela ação do silêncio, conflitos inevitáveis das intenções presas na flor-de-lis na lâmina dos dentes, concordâncias sufocadas no enrolado da língua e, sem ter menos ou mais importância, o afogado de vocabulário esquecido na saliva grossa e ácida.
Havia decidido: vou pensar antes de falar. De tanto pensar, deixou de observar, de aprender e de lidar com frustração. E por ter parado de dizer, o que os outros diziam eram como o ar que entra nos meus pulmões, mas que ali permanecem, comprimidos, espremidos, misturados com tudo o que nao havia dito.
O tempo é um inimigo, é bem melhor é o inimigo conhecido. O tempo desconhecido cala a quem o segue. Deixando de dizer, deixou de existir, pois se existe, o faz por propósitos comunicados, e quando não o faz, soluça, como vírgulas em locais não reconhecidos, e, também, por assim dizer, seu excesso pode provocar reações inesperadas. Calou-se e preferiu não existir.
19/08/2022
O cheiro da morte
Aquele fenômeno estranho estava acontecendo diante dos céus olhos: não amanheceu. Eram 09:30 da manhã e nada de amanhecer.
Não conseguia enxergar um palmo na frente do nariz. Sabia que estava na rua, mas os postes estavam desligados, a lua e as estrelas também haviam desaparecido.
Olhava para qualquer lado que fosse, mas não enxergava mais nada, não sabia onde estava, é tudo o que ouvia ao seu redor era o choro triste de sua filha.
Foi neste dia que sentiu o cheiro das flores, o cítrico dos sabores, e o belo das cores. Porém, se era cedo demais ou tarde demais, nunca saberei o que aconteceu comigo. Foi neste dia que morri.
14/08/2022
A droga que se é: fume-a.
Naquele domingo à noite se deu conta que estava entorpecida pela realidade. Estava mais do que exausta de tanto se esforçar em respirar. Não aguentava mais ter que inspirar e expirar, ela queria mesmo era fazer fumaça. Muita fumaça.
Decidiu então fazer o que deveria ser feito para a fumaça subir. Com a ajuda de um espelho para ajudar a ter mais precisão e um cutelo para ir mais rápido, ela tratou de se fatiar e depois cortar em pequenos cubinhos de si mesma. Não satisfeita, ralou-se.
Juntou partículas de si mesma e bolou no mais belo beque que se já ouviu falar. Se achava tão grande e valiosa, acima de tudo, maior que Deus, universo e multiverso juntos, sem nem mesmo ter se dobrado ao diabo, se acha tão superior que por si só se fumaria em tragos demorados.
Por segundos estaria esfumaçada e aprisionada no pulmão de quem a fumasse e em seguida a liberasse por aí, carregando junto de si as memórias de quem a fumou.
Os canibais modernos fumam tanto de si, que nenhuma droga é mais poderosa do que a droga que se é.
03/06/2022
40 anos
A idade que achava que nunca chegaria chegou! 40 anos de idade e um corpo decadente. Inimigos como espelhos audaciosos, câmeras malditas e reflexos ingratos que gritam estridentemente nos meus ouvidos até que sangrem.
Clamo ao diabo para um pacto, mas até o diabo é esperto o suficiente para não fazer pacto com quem sequer acredita na sua inocência. O paradoxo entre a alma pronta para ser vendida e um diabo que sequer existe.
Como um vírus que destrói de dentro pra fora, eu sou o vírus e o hospedeiro mesmo tempo. Devoro a mim mesmo de dentro para fora, como uma bactéria faminta ou um câncer sem controle, resistente, persistente, ambicioso é diferente, que come cada pedaço de carne de dentro de para fora, do centro para às extremidades, como uma estrada revisitada de tempos em tempos.
E de novo vem o tempo, com sua voz aterrorizante e dedos podres, unhas pontudas e venenosas, rabiscando na minha pele o tamanho da destruição da minha alma inexistente, da minha vida dopada de calmante com gin.
Meu desejo fica restrito ao compromisso comigo mesmo em ser uma versão melhor de mim mesmo, sob o julgamento da sociedade, quando tudo o que eu queria era respirar a fumaça translúcida do meu corpo em descomposição.
18/02/2022
Morte pulsante
A cortina que dividia a sala e o quarto não era fina nem grossa, mas era densamente branca e hipnotizante. Pensava em vapor, mas com esse odor não podia ser vapor.
Nua ou vestida, o que importa quando nada mais importa? O preço nada mais é que um valor inventado numa sociedade domesticada. E o problema é minha cortina?
Essa fumaça é densa como meu sangue. Suspenso no ar meu DNA registra sua marca no espaço-tempo: outra invenção. Já experimentou anular o significado das coisas na tentativa de encerrar essa coisa em si mesma? Adianto aqui: não tente porque você perceberá que estará inevitavelmente recorrendo ao pré estabelecido, ao que fizeram você acreditar.
A religião tem sua própria cortina: defuma-se o salão da igreja católica para espantar espíritos ruins? Não. Procure sobre os hábitos sanitários da época e saberá a origem da defumação na igreja.
O ser humano fede. Fede porque o ensinaram desde sempre a anular-se: tire seu cheiro de humano com água e sabão. Desumanize-se, mas pregue a humanização. Desumanize-se e intoxique-se para suportar a tristeza de ser humano.
Feche sua cortina de fumaça. Delírio é o modo mais sincero da realidade. De quem?
27/07/2021
Reflexo do inexistente
Joelhos rangendo feito porta com dobradiça enferrujada. Se nem os joelhos o ajudavam a se levantar da cama, ficar em pé sem dor era uma dessas metas que colocamos na nossa vida e nunca alcançamos, como ganhar na loteria ou fazer um bate-e-volta na lua.
A memória já não ajudava tanto assim: "Por que cobri os espelhos?" Não se lembrava, mas sabia que nos cantos escuros da sua mente, a razão poderia estar desmaiada, coberta por pó, esquecida, descartada, inutilizada. Mas ainda existia, só não sabia para quem.
Seus olhos viram dentro da sua cabeça várias outras razões para outros motivos, e tal qual o apressado cosmopolita tropeça nos mendigos e não os vê, anulando sua existência contraprodutiva na barbárie capitalista, viu por cima, pelo lado, por baixo, mas não enxergou a razão, sequer lhe atribuiu significado que lhe conferisse razão de ser a razão. Ao esvaziar a razão, o que sobra?
Sua carcaça estava repleta de tudo e de nada, como se o nada fosse materializado dentro de si tal qual o sangue é bombeado pelo coração, ao mesmo tempo que permite que ele funcione. O coração depende do sangue para funcionar assim como o sangue depende dele para correr. Estava viciado em se preencher do vazio da existência reduzida ao propósito impossível de ser compreendido.
E se os olhos são a janela da alma, provavelmente a sua já deixou essa casca de carne e osso faz tempo... ou talvez nunca teve alma, e mesmo que tivesse, o que isso agrega em sua vida? Aliás, este esvaziamento de significados dos propósitos comuns lhe parece mais libertador do que aprisionante, seu maior medo era ser o fanático.
Os fios brancos na barba bagunçada, a tatuagem borrada, a fumaça entre ele e o espelho coberto. Esvaziou-se de significados, esvaziou-se de propósitos, e permaneceu entregue ao nada. E o nada assim o envolveu, mas nunca preencheu.
06/06/2021
A contrapartida da intenção de ação
Estava decidido que eu iria ajudar a humanidade, a natureza e o planeta de uma vez só, adotando um cachorro.
Não poderia ser de raça e muito menos comprado de um canil. Não mesmo.
Encontrei: perfeito.
“Ei, tá locão hein tio? Tira a mão do meu cachorro”
Feliz com meu novo cão adotado, seria a hora de devolver para a natureza o que sempre foi dela.
Cortei em 4 partes iguais. Se bem que as superiores eram meio desengonçadas e as inferiores um pouco tortas… para a esquerda… enfim. Corte lá em 4 partes “iguais” (o que não faz o menor sentido, não ficaram iguais). Mas eram 4 partes de toda forma. Qual norma explica o significado de iguais no subjetivo de cada um?
Com um quarto fatiei em filés. Suculentos, embora nem tanto, deixei marinando no próprio líquido. O sal ajuda.
Com outros 2 quartos eu moí. Moí quatro vezes para ficar bem mais para um pastoso do que moído. Com as próprias tripas fiz linguiças.
Com o quarto restante piquei em cubinhos e flambei.
Afinal, não pensei no acompanhamento… hmmm, ração de salmão e hibisco. Perfeito. Com salsinha por cima.
A melhor forma de salvar um cão é assim, olha:
“Vem garoto, vem cá. Olha o que o papai trouxe pra você!!!”
E serve um delicioso banquete de ex-dono ao seu próprio cão.
Moral da história: não há moral na Colônia Portuguesa de Terras Brasilis. O que são vidas aqui, não é mesmo? Quase 500 mil.
O que é vida, meu irmão?
04/06/2021
Pulsão de morte
Mas ela não sabia o que ia rolar por detrás daquela cortina de fumaça branca e densa.
Não enxergava um palmo na frente do nariz. Ela estava literalmente cega mas muito viva. Desde quando se precisa dos olhos pra ver?
Ah, papo de gente doida. Papo de gente esquisita. Tanta risada. Tanta palhaçada. De tantas em tantas ela ficou é tonta.
Isso é de comer? E isso? É o que? É de sentir?
Parecia que o quanto mais adentrava naquela névoa com cheiro de desinfetante e creolina. Havia tanta sujeira assim?
Como qualquer pergunta poderia ser respondida por ela, justo ela que é cega, embora enxergue com seus próprios olhos a ponto de afirmar que é cega na mente.
Mais uma rapidinho, mais uma baforada nesse balde. Mais uma tequila e mais um shot. Cadê a fumaça?
A fumaça que a rodeava a cegou na alma.
E tudo que vê não há. E o que há, não vê.
Nao lê por detrás das palavras: as intenções.
Não lê o que não foi dito, nem escuta o que foi quase dito.
Então... por que introjeto na minha alma as marcas cancerígenas da fumaça que explode os meus pulmões e me impede de ter fôlego para dizer somente isso:
... ...... ....... .......
E fim (do quê?)!
25/05/2021
Tímpanos
O silêncio é ensurdecedor!
Será o silêncio coisa criada pela minha cabeça? Ou será o silêncio inútil na sua função se já surdo fiquei?
O silêncio é ausência, é quietude, é a própria finitude de algo e de alguém, independente da ordem, do grau e do seu impacto.
Falta.
Vazio.
Fim.
03/12/2020
Realidade Odiada
29/09/2020
A última apresentação
02/09/2020
Segurança em pó
30/08/2020
Ciranda da vida
23/08/2020
Bailarina num copo de whisky com café
20/08/2020
Cinzas
[Não] está tudo bem [?]
21/05/2020
Não respire
Hábitos que constroem, modificação ou causam a ruína de tudo. O perigo do hábito que causava cegueira e surdez.
Pelo hábito, não respirar já era comum. E quando tentou respirar, sentiou dor, tonteou e morreu, mas daquelas mortes que a pessoa ainda caminha, mas sem futuro, que ainda tem olhos, mas que nada vê, e que ainda é provida de fala, mesmo que a inutilize por conta própria.
E seguiu vivendo de morte.
18/03/2020
A dor que sente
[DES] Importantíssimo eu
07/05/2019
A repetição do novo
15/12/2018
O grande espaço ocupado pelo vazio de nada.
Ah, se soubesse tansformar esse abundante vazio em prazer...
Tenta hipnose
Tenta homeopatia
Tenta aquele homenzinho na cruz - ele morreu por sua causa, lida com essa responsabilidade agora.
Tenta ocultismo
Tenta suicídio
Tenta mandar a merda
Ah, não tenta mais nada.
E do cheio de vazio ficou cheia de nada.
De
Nada.
Agradeceu roboticamente e partiu.
04/06/2018
Nãovalemeucigarro
01/06/2018
Fortaleza de casca
12/05/2018
(Re)iniciando a vida (de novo e novamente)
18/01/2018
Hamlet 2018 Reloaded
“Ser ou não ser, eis a questão.”
Tirei essa frase do contexto que Shakespeare utilizou e me vi usando essa fase dentro do meu próprio contexto sócio-econômico-cultural e fiquei perplexo. Por isso, nada desta reflexão tem a ver com Hamlet (ou tem?). Quanto tempo das nossas vidas passamos tentando equilibrar tudo o que fazemos entre ser ou não ser? Quantas vezes o “não ser” toma a frente?
Não ser quem você é entre seus familiares.
Não ser quem você é entre seus amigos.
Não ser quem você é nas ruas.
Não ser quem você é na sua própria solidão, pois forças “superiores” e “invisíveis” estão vigiando.
É tanto “não ser” que quem quer “ser” acaba enlouquecendo e dizimando tudo ao seu redor (mas agora é vida real ou é Hamlet?).
Quem tenta “ser” ou acabado “sendo”, em outras palavras quem “é” acaba isolado numa concha, numa bolha ou embrulhado com o jornal da década anterior para cair no esquecimento.
Essa grande porção de “não ser” exige, demanda, estipula e impõe que o avesso nunca foi o avesso, mas o lado certo. Avesso é avesso, e o certo e o errado são tão arbitrários, que nem física quântica poderia explicar - e eu na minha ignorância neste universo também não.
Ser ou não ser?
Eis a questão.
Diego - JAN/18
31/12/2017
Príncipe encantado
12/12/2017
<* Des *>esperança
A perfeita combinação da ação da luz na escuridão, equilibrada na eterna luta da meia luz, da mea culpa, da meia tristeza, da meia vida, da meia vontade, da meia metade.
Entre luzes tingidas, tontas, embriagadas, luzes que iluminam sem saber o que, entre taças meio cheias, meio vazias, meio duvidosas, entre o ar com aroma de amora e amor, agoniza numa lágrima que afoga toda sua alma.
07/12/2017
Mesmos outros
06/12/2017
Efêmero
04/11/2017
Horror
Blackout. O horror, o horror, o horror.
Nada mais tocou.
Carta a mim
Um Homem Só
23/06/2017
Vinho
30/05/2017
Para sempre
25/05/2017
O nascer da morte.
24/05/2017
Anos depois
23/05/2015
<des>alma<do>
10/05/2015
[des]amar
16/01/2014
Cova rasa
Before after death
Balançava-se de um lado para o outro, mas nunca afundava. Suas emoções de equilibravam nas bordas dos seus sentimentos fracos e puídos. Nas pontas dos poucos cabelos que lhe restavam, pendiam memórias tristes e antigas, únicas sobreviventes de uma mente oca que ecoa vozes e ecos de um futuro perdido e enterrado num passado tão presente e marcante. As meninas dos olhos há muito não dançavam nem espalhavam o brilho espontâneo e vivaz da juventude que escorria lentamente pelos cílios para lançarem-se para sempre na vastidão do nada. E o relógio avançou apenas um quarto de minuto.
Espetaculosidade
13/12/2013
Troca de turno
12/12/2013
Cego-mudo
10/12/2013
Hospitandometria
A simulação real do universo imaginário e presente
Era um poeta dos sonhos e um pintor das reflexões mais profundas. Sua mente transbordava de ideias surreais, mergulhadas em um mar de dúvi...
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Sempre quis ser uma princesa cheia de luxos. Sempre quis ter aquele monte de homens lindos e sarados me abanando e me dando uvas na boca (eu...
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Tá lá o sujeito. O sujeito tá sujo. O sujeito tá sujeito a subjeções o objeções divinas, terrenas, quânticas e metafísicas. O sujeito se suj...
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Por eleição na qual somente ele votou, optou por alterar seu estado de consciência. Não achou uma boa ideia seguir com agulhas, preferiu in...